Durante as negociações que decorreram já este ano em Bona e Accra, a Europa lamentou não ter sido alcançada uma posição mais concreta sobre tecnologia. Os negociadores da União Europeia (UE) prometeram progresso, pelo que é essencial a UE esclarecer a sua posição em Poznan.
Os países em desenvolvimento mostraram já de forma muito clara que esperam ajuda no desenvolvimento e transferência de tecnologia para entrarem num acordo pós-2012 em Copenhaga.
A UE já devia ter assumido uma posição nas negociações, mas os documentos que têm sido apresentados mostram a total ausência de uma proposta concreta em cima da mesa. Até agora a posição europeia tem passado por acordos voluntários de tecnologia, o que fica muito aquém do nível de ambição esperado e dos compromissos já assumidos. A Europa tem de certeza mais para oferecer. E se quiser assumir com credibilidade o papel de líder que aspira ter, então terá de apresentar uma solução clara e construtiva que inclua:
- Apoiar um Objectivo de Desenvolvimento Tecnológico com o propósito de uma cooperação séria e global a este nível, focada no aumento do grau de inovação e acesso à tecnologia e não estritamente na transferência de tecnologia.
- Tal estratégia concentrada em tecnologia e inovação poderá ser orientada por Programas de Acção Tecnológicos para as tecnologias fundamentais, quer de adaptação, quer de mitigação.
- Uma declaração transparente de apoio à comunicação do G77/China para um novo e sério Fundo Tecnológico Climático Multilateral, que servirá de base para futuros debates.
- Enfatizar a necessidade de conceder apoio técnico e financeiro aos países em desenvolvimento, no sentido de poderem construir a sua própria capacidade de adaptar e utilizar novas tecnologias, não se limitando a criar ambientes favoráveis ao seu crescimento.
- Reconhecer que, nos casos em a que propriedade intelectual é uma barreira ao acesso à tecnologia, deve existir uma rede de avaliação dos incentivos que podem ser concedidos a quem desenvolve a tecnologia, com o objectivo de partilhar a mesma de forma justa, de modo a resolver o problema climático.
Estes são os pontos fundamentais para servir de base a uma boa proposta da União Europeia até Março. Muitos negociadores da UE mostraram-se receptivos a várias propostas construtivas do G77/China, mas os Ministros da Economia nem tanto. Contudo, com o adiamento de uma resolução face ao problema das alterações climáticas já é tempo dos Ministros da Economia fazerem parte de uma solução que se quer também economicamente mais sustentável para todos.
Estamos num pronto crucial das negociações internacionais e, neste âmbito, a UE deve mostrar a sua credibilidade enquanto líder das mesmas, fazendo o que se está á espera desde Bali e tornando mais exigentes as propostas relacionadas com a transferência de tecnologia.
"A idade da Estupidez" - "The Age of Stupid" - é o novo filme do realizador Franny Armstrong (McLibel) e do produtor John Battsek (One Day In September). O actor, nomeado para o Óscar Pete Postlethwaite é o protagonista da história que conta a vida de um homem que vive sozinho num mundo devastado, no ano 2055 e procura nos arquivos de 2008 uma resposta para a pergunta: porque é que não fomos capazes de parar o avanço das alterações climáticas quando isso era possível?
O pequeno veículo de dois lugares, que puxa um reboque de células solares, chegou levando a bordo, Yvo de Boer, o secretário geral das Nações Unidas para esta Convenção.
"Esta é a primeira vez em que um carro movido a energia solar deu a volta ao mundo sem gastar uma gota de petróleo", disse o professor e condutor suíço Louis Palmer, de 36 anos. "Estas novas tecnologias estão prontas", afirmou. "É ecológico, económico e totalmente confiável. Podemos parar o aquecimento global".
A chegada de Palmer à conferência marcou o fim de uma rota de 52 mil quilómetros que teve início há 17 meses, em Lucerna, na Suíça, e passou por 38 países.
O carro, que roda em silêncio, pode fazer até 90 km/h e tem uma autonomia de 300 km com as baterias totalmente carregadas. Palmer disse que a viagem só perdeu dois dias por causa de defeitos mecânicos.
Ele chamou ao veículo, criado por cientistas suíços, "táxi solar" porque ofereceu boleia a mais de mil pessoas, desde autoridades a cidadãos comuns, para convencê-los da viabilidade desta tecnologia.
Esta posição do governo brasileiro já irritou os representantes dos povos indígenas que estão na conferência de clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Poznan. Os índios dizem que querem ter a oportunidade de receberem créditos de carbono mas primeiro querem fundos para acabar com a corrupção e para a demarcação de terras.
Mas, "o Brasil sempre foi contra a compensação na área florestal", disse Sérgio Serra, embaixador brasileiro para as alterações climáticas, porque “tal medida absolveria os países ricos de cortarem suas próprias emissões”.
A posição brasileira foi um balde de água fria nas esperanças da maioria dos outros países que abrigam florestas tropicais, que estão à procura de dinheiro para proteger as matas com um novo tratado sobre o clima. Os observadores dizem que a Indonésia, o México e a Índia são favoráveis a esta proposta.
Em vez disso, o Brasil apoia a criação de um fundo público, baseado, por exemplo, na promessa da Noruega de doar mil milhões de dólares este ano para o Fundo Amazónico, com o propósito de melhorar a conservação e a aplicação de leis contra a desflorestação.
Na semana passada, o governo brasileiro informou que a taxa de desflorestação anual da Amazónia aumentou durante o ano até julho, pela primeira vez em quatro anos.
Na semana passada, o governo brasileiro informou que a taxa de desflorestação anual da Amazónia aumentou durante o ano até julho, pela primeira vez em quatro anos.
. Sites Oficiais (em Inglês)
. Página Oficial das Nações Unidas sobre a Conferência
. Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas
. Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas
. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
. Programa das Nações Unidas para o Ambiente
. Organização Meteorológica Mundial
. Documentos (em Português)
. Plano Nacional para as Alterações Climáticas
. Plano Nacional de Licenças de Emissão de CO2 (PNALE) 2008-2012