(Francisco Ferreira da Quercus, em Poznan)
Foi uma semana morna em Poznan desde que a Conferência das Nações Unidas começou na passada segunda-feira, 1 de Dezembro, em Poznan, na Polónia. As discussões têm mostrado que falta uma “visão partilhada” para o futuro das negociações climáticas em termos de decisões e inclusive em palavras.
A importância de haver um acordo em Copenhaga no próximo ano não pode ser subestimada: transformar a economia mundial numa economia que use pouco carbono e sustentável nos padrões de produção e consumo e assegurar que todos os países atingem os seus objectivos de desenvolvimento respeitando os princípios anteriores.
Tendo por base a ciência de acordo com o 4º Relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas aprovado em Bali em Dezembro de 2007, é necessário assegurar que o pico das emissões globais se verificam antes de 2020. Tal só é possível com reduções por parte dos países desenvolvidos de 25 a 40% entre 1990 e 2020 e de 80 a 95% até 2050. Acrescente-se ainda a necessidade de reduzir as emissões internacionais da aviação e navegação.
Os temas decisivos continuam infelizmente os mesmos: o esforço de redução de emissões dos países desenvolvidos ser ambicioso, a importância decisiva da transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento, a necessidade de haver uma capacidade de medir, reportar e verificar as emissões, os objectivos serem equilibrados na mitigação (redução de emissões) e na adaptação, haver estratégias de redução de emissões para os países em desenvolvimento, e ainda o drama de se saber que a destruição da floresta à escala mundial significa por ano a incapacidade de capturar o mesmo carbono que é emitido pelos Estados Unidos…
Os caminhos necessários são conhecidos mas as decisões, como sempre a meio de duas semanas de negociação, praticamente não existem e já algum cansaço se confunde com desespero.